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Paraná

Com incêndios, bombeiros registraram aumento de 10% no total de ocorrências em 2024

Corporação também atendeu situações como enchentes e resgate de pessoas e animais, incluindo a tragédia que ocorreu no Rio Grande do Sul, além do atendimento a acidentes de trânsito, entre outras situações

Com incêndios, bombeiros registraram aumento de 10% no total de ocorrências em 2024

O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) foi acionado 125.753 vezes em 2024, o que significa um aumento de 10% no número de atendimentos em relação ao ano anterior – quando foram registradas 114.297 ocorrências. A principal responsável por esse crescimento foi a ação em combates a incêndios em geral. Em 2024, as operações dessa natureza chegaram a 21.839, o que representou pouco mais de 55% de acréscimo se comparado com a temporada de 2023.

“Nós tivemos esse número de ocorrências por vários fatores. Um deles é a questão dos incêndios florestais: foram vários eventos climáticos no Paraná em 2024”, explicou o comandante-geral do CBMPR, coronel Manoel Vasco de Figueiredo Junior. “Tivemos também aumento no número de ocorrências de acidente de trânsito, devido a uma aproximação junto ao Samu, numa participação mais efetiva no auxílio àquelas ocorrências que são atendidas tanto pelo Corpo de Bombeiros, com o Siate, quanto pelo Samu”.

O comandante-geral destacou ainda que as ocorrências causadas por condições climáticas estão aumentando em todo o planeta e que é preciso estar preparado para agir com velocidade e precisão.

“É uma tendência mundial e nós estamos nos preparando para lidar com isso, com equipamentos, viaturas e efetivo para poder sempre dar a resposta necessária nesses atendimentos”, disse o coronel Vasco. Ele destacou também a iniciativa da instituição de criar a Força-Tarefa de Resposta a Desastres, que vem atuando de maneira exemplar em situações de grande complexidade dentro e fora do Paraná.

O treinamento intenso dos integrantes inclui técnicas de combate a incêndios florestais; busca e resgate em estruturas colapsadas, como desabamentos; condução de veículos 4x4 e embarcações; atuação em áreas de deslizamentos e de enchentes, entre outras situações.

Embora os números em ascensão sirvam de alerta, o coronel entende que o Estado tem respondido de forma eficiente. “A nossa maior preocupação seria se a gente não conseguisse atender a alta desses números, mas o Corpo de Bombeiros vem atendendo 100% da demanda e continua com a sua credibilidade muito alta perante a sociedade”, analisou, reforçando que o Governo do Estado tem investido alto na ampliação da infraestrutura da Corporação.

INCÊNDIOS FLORESTAIS – Em um ano de altas temperaturas e tempo seco, os incêndios florestais deram muito trabalho aos bombeiros paranaenses – que, além das operações dentro das fronteiras do Estado, chegaram também a ajudar no controle das chamas que tomaram conta da região do Pantanal, no Mato Grosso do Sul.

Segundo os dados do CBMPR, os incêndios florestais foram responsáveis por 10,8% de todos os atendimentos feitos pela Instituição em 2024. Houve 13.558 ocorrências no total – mais do que o dobro (109%) dos registros em 2023, com 6.484.

Diante desse cenário, Vasco reforçou a necessidade de atuação constante na prevenção dos incêndios, o que ele entende ser um problema também cultural.

“Estamos sempre fazendo campanhas de orientação, principalmente sobre incêndios florestais, mas também nos residenciais. Esse aumento indica a necessidade de lidarmos com uma questão cultural”, comentou ele, antes de fazer um novo alerta sobre as ocorrências de natureza climática. “Para 2025, a preocupação é com a inversão desse quadro, com a projeção de aumento das chuvas durante o ano”.

PRINCIPAIS DESAFIOS – Embora o fogo tenha sido o adversário que mais cresceu no comparativo entre os dois anos, o maior desafio para os bombeiros do Paraná ainda são os acidentes de trânsito. Eles foram mobilizados para atuar nesse tipo de situação 45.894 vezes no ano passado. Isso significa 36,5% de todos os atendimentos realizados em 2024. O aumento em relação a 2023, no entanto, foi relativamente pequeno: 4,4% – 43.928 situações.

Outra atividade com alta demanda que também cresceu – 7% no comparativo entre os dois anos – foi a de atendimento pré-hospitalar (APH). Essa missão cabe aos socorristas da Corporação, que prestam o primeiro socorro a pessoas em situação de emergência decorrente de trauma e garantem o posterior encaminhamento a hospitais, quando necessário. Em 2024, 38.183 pessoas precisaram desse serviço, o equivalente a 30,4% de todas as ocorrências registradas pela Instituição. No ano anterior, haviam sido computados 35.701 deslocamentos com essa finalidade.

REDUÇÃO – Entre as operações emergenciais, duas apresentaram redução entre 2023 e 2024. As missões de busca e salvamento ocorrem quando equipes são mobilizadas para procurar por pessoas perdidas ou resgatar alguém em situação de emergência. No ano passado, foram 14.520 ocorrências dessa natureza, diante de 15.232 do período anterior. Uma ligeira queda de 4,7%.

Apesar disso, as buscas e salvamentos representaram 11,5% das ações de campo desempenhadas pelos bombeiros. Já a atuação em desastres, como desabamentos, enchentes e tragédias em geral, passou de 323 em 2023 para 145 em 2024, resultando em -55% de ocorrências do tipo.

OUTROS ESTADOS – E não foi só em território paranaense que os bombeiros do Paraná ajudaram a resgatar pessoas em situação de risco. Citada pelo coronel Vasco, a equipe da Força-Tarefa de Resposta a Desastres, do CBMPR, teve atuação importante durante a enchente no Rio Grande do Sul, no primeiro semestre de 2024.

Em muitas localidades, foi a primeira equipe de uma força de segurança a chegar para ajudar a população. A ação, que durou 52 dias e envolveu mais de 150 bombeiros militares, terminou com 1,5 mil vidas salvas, sendo 1.030 pessoas e 529 animais.

O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná também desenvolve e participa de atividades preventivas e de apoio logístico. Palestras, campanhas educativas, visitas a instituições, atividades de Defesa Civil – como entrega de lonas e alimentos em situações de crise –, entre outras ações, fazem parte do que a instituição chama de “atendimento comunitário”. Foram 5.172 durante 2024, pouco mais do que as 5.047 do ano de 2023.

Fonte: Agência de Notícias do Paraná

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