O
projeto de lei que propõe reajuste anual do piso salarial no Paraná foi
aprovado ontem (25), durante a sessão plenária da Assembleia
Legislativa – que foi transformada em Comissão Geral – e segue agora
para sanção do governador Beto Richa. As discussões, acompanhadas por
lideranças sindicais e empresariais, acabaram sendo geradas por duas
emendas apresentadas por parlamentares, todas rejeitadas pelo Plenário.
A
mais polêmica, de autoria do deputado Élio Lino Rusch (DEM) e apoiada
por outros parlamentares, tinha o objetivo de suprimir do texto original
os artigos 2º e 3º, e também dava nova redação ao artigo 4º, e acabou
não sendo aprovada, após inúmeras discussões. Rusch argumentou, sem
sucesso, que considerava “prematura a fixação do índice de reajuste já
estabelecido para o próximo ano”. Ele também defendia que o referido
aumento deveria ser instituído através de lei e não por decreto.
Já
a emenda do deputado Augustinho Zucchi (PDT) que pretendia acrescentar
ao anexo I, de que trata o artigo 1º, a categoria dos “trabalhadores
acostados e/ou embarcados da atividade marítima e fluvial”, recebeu
parecer contrário do deputado Fernando Scanavaca (PDT), que relatou a
matéria em Plenário pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Segundo ele, a matéria tinha vício de origem porque a classificação
constante no projeto se refere à norma federal. Uma terceira emenda, de
autoria da bancada do PT, que alterava o artigo 3º da proposição, acabou
retirada pelos próprios autores.
Percentuais
De
acordo com o líder do Governo, deputado Ademar Traiano (PSDB), a
intenção do governador Beto Richa é sancionar essa lei imediatamente,
para que passe a vigorar a partir do dia 1º de maio.
A
mensagem do governador Beto Richa (PSDB) chegou à Assembleia na última
quarta-feira (18), propondo o índice nominal de 10,32% de reajuste,
constituído de 5,1% de ganho real mais 4,97% correspondentes ao Índice
Nacional de Preços ao Consumidor – INPC/IBGE. Na justificativa o
Executivo explica que haverá uma compensação desse menor aumento real no
ano de 2012 (em relação ao Índice Nacional do Salário Mínimo), no ano
que vem, com os mesmos 5,1%, mais a inflação acumulada nos últimos 12
meses que antecedem à data base do aumento.
Conforme
o texto, o piso salarial dos empregados integrantes do Grupo I passará a
ser de R$ 783,20; do Grupo II, R$ 811,80; do Grupo III, R$842,60; e do
Grupo IV, R$ 904,20. O Grupo I compreende os trabalhadores empregados
nas atividades agropecuárias, florestais e da pesca; o Grupo II, os
trabalhadores empregados em serviços administrativos, trabalhadores
empregados em serviços, vendedores do comércio, lojas e mercados, além
de trabalhadores de reparação e manutenção; o Grupo III engloba os
trabalhadores da produção e bens e serviços industriais; e o Grupo IV,
os empregados como técnicos de nível médio. A classificação obedece ao
disposto na Classificação Brasileira de Ocupações.
Metodologia
Segundo o governador, a política de reajuste do salário mínimo regional se fundamentou nas seguintes diretrizes: recompor o poder de compra do piso regional de salários, reduzido pela inflação, e dar-lhes um aumento real: “Para tanto, decidiu-se adotar a metodologia proposta pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – IPARDES – para definição do piso regional, que tem como princípios a recuperação da inflação acumulada no ano, propiciar um ganho real equivalente à variação do aumento do Produto Interno Bruto – PIB – no biênio”. Reforça ainda que a proposta considera, “de um lado, o ganho real no acumulado do biênio pela classe empregadora e, de outro, os trabalhadores aceitam a transferência de parte do ganho real para o ano que vem”.
Fonte: CGN
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