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Com geada forte, safra de trigo deve sofrer perdas significativas

Cotidiano | Publicado em 25/07/2013 17:47

 Fase de floração e frutificação da cultura a deixa bastante sensível 
 
Os produtores de todo o Paraná estão em alerta. Ontem, os campos de todo o Estado amanheceram cobertos pela geada, o que já seria motivo suficiente para levar preocupação ao meio rural. No entanto, a previsão de tempo aponta geada com intensidade de moderada a forte também para hoje e amanhã. Dessa forma, a apreensão que já era grande, ficou ainda maior.
 
Na região Oeste, o principal receio é em relação ao trigo, uma vez que o grão está em fase de floração e frutificação. Ou seja, período em que o trigo está mais suscetível a qualquer intempérie climática, especialmente à geada. O fenômeno, se em grande proporção, pode dizimar plantações inteiras.
 
Segundo a agrônoma do Deral (Departamento de Economia Rural) de Toledo, Jean Marie Serrarini, 90% do trigo dos municípios da regional está extremamente sensível. “Podemos afirmar que teremos danos de grandes proporções, mas não temos como dimensionar isso ainda. Temos mais duas geadas pela frente e depende de como isso vai afetar as plantações. Em muitos casos, a geada acaba com a flor, chega a congelar a seiva, o que impede o transporte de nutrientes, condenando o grão”, explica.
 
A especialista destaca que qualquer perda de trigo será significativa para o Paraná, uma vez que o Estado não tem estoque do produto.
 
O risco de perdas aparece justamente numa temporada em que o trigo vinha de uma forte retomada de plantio, com aumento de 9% de área em relação à safra anterior no Paraná. O ciclo 2012/2013 conta com mais de 941 mil hectares de trigo e a produção estava inicialmente estimada em 2,6 milhões de toneladas.
 
O Oeste do Paraná segue a tendência do Estado, onde o cultivo de trigo passou de 67,3 mil hectares para mais de 105 mil hectares na atual safra. Conforme o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as geadas mais fortes previstas para esta semana podem atingir aproximadamente 320 mil hectares de lavouras suscetíveis.
 
A regional de Toledo é responsável por mais de 17 mil hectares, enquanto a regional de Cascavel responde por 87,5 mil hectares. Com uma grande produção, os municípios da regional de Cascavel também estão em alerta.  “De maneira geral, 50% do plantio está bastante suscetível. Porém, as reais perdas só serão calculadas quando os técnicos forem a campo. Contudo, os produtores já estão bastante preocupados”, afirma a engenheira agrônoma do Deral, Jovir Esser.
 
Aveia, canola e pastagem também terão perdas consideráveis.
 
Milho
 
Em relação ao milho o alarme é menor, pois a cultura já está em fase final de colheita e, portanto, o grão já maturado está bem mais resistente. No entanto, vale ressaltar que a safra já foi prejudicada pelo intenso regime de chuvas do mês de junho. 
 
Geada negra
 
No Paraná, há ainda a preocupação com a chamada geada negra - fenômeno meteorológico verificado pela última vez no Estado em 1975 - que causa o congelamento da parte interna da planta e sua morte.
 
Previsão indica leve aumento nas temperaturas 
 
A intensidade do frio deve diminuir já a partir de hoje devido ao avanço no deslocamento da massa de ar frio, afirma o Simepar (Instituto de Meteorologia do Paraná). As temperaturas devem dar uma trégua na região Oeste, girando entre 0ºc a 15ºc.
 
Contudo, a geada não só não está descartada como é prevista e em intensidade forte para esta quinta-feira e moderada para amanhã. O frio dos últimos dias, aliado à chuva congelada e neve, já torna o inverno deste ano como o mais rigoroso dos últimos 13 anos no Paraná. 
Fonte: OParaná / Foto: Ailton Santos


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