Corbélia, 27/09/2024
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Pioneiros recebem homenagem da administração Eliezer e Jair Fontana

Cotidiano | Publicado em 20/12/2011 11:41

Um município se faz forte e próspero pelo protagonismo de sua gente. Nos 50 anos de vida, Corbélia - que sempre teve em sua comunidade a sua grande marca de identificação, os pioneiros, presta uma singela homenagem a todos aqueles que ajudaram a construir esta história cinquentenária. O governo Eliezer e Jair Fontana homenageou na quinta-feira (8), personalidades que representam, ao longo da trajetória do município, o esforço e a coragem de um povo que sempre soube valorizar a sua terra. Homens e mulheres que, de uma forma ou de outra, contribuíram para escrever as páginas mais gloriosas de um município progressista e em pleno desenvolvimento.

A pujança da Cidade das Flores e o crescimento vertiginoso do município foram enaltecidos pelo prefeito Eliezer Fontana, durante o Café Colonial e a homenagem aos pioneiros. "Os pioneiros plantaram uma semente que colhemos com muita honra. A cidade soube crescer, com diversificação e hoje, além de grande celeiro na agricultura, pecuária, é uma grande prestadora de serviços. Cada um dos pioneiros ajudaram a construir a história de Corbélia e é graças a vocês que podemos dizer que Corbélia hoje é um município pujante e que o progresso floresce aqui", sentenciou o gestor público.

O evento, que integra as comemorações dos 50 anos do município, foi realizado na Salão Social da Igreja Luterana e reservou muita emoção aos participantes, a maioria responsável pela construção das bases que solidificaram a Cidade das Flores. "Essa homenagem é justa para eles. Porque nós sabemos a luta que eles enfrentaram no início de Corbélia. Chegaram a uma mata fechada, conseguiram começar uma vida com família, mesmo com as dificuldades que tinham na época, temos que valorizar esses momentos, tudo porque são graças a eles que temos essa cidade hoje, já pegamos o início feito e apenas demos continuidade. Espero que estejamos fazendo jus ao que eles desbravaram no início, para transformar Corbélia em uma cidade que tem respeito de muitas outras cidades, porque é uma cidade que se destaca entre as demais aqui do Oeste do Paraná", ressaltou o vice-prefeito Jair Fontana, em seu discurso.

Há vários anos a administração vem desenvolvendo este trabalho de resgate da história e a homenagem ao Dia dos Pioneiros, dentre essas atividades, foi inaugurada na Rua Hortência no ano de 2008, a Praça dos Pioneiros e através da Lei Municipal nº. 610/2005 de autoria do vereador Juliano Schimitt instituiu-se o Dia dos Pioneiros e Desbravadores - 8 de dezembro. "Há mais de 50 anos, quando os primeiros moradores chegaram a Corbélia, não imaginavam que este município cresceria tanto em tão pouco tempo e tivesse essa pujança e sua atividade econômica tão desenvolvida. Muitos deles contam histórias de vida que mostram o quanto se esforçaram e trabalharam para que isso acontecesse. Precisamos valorizar esses cidadãos ainda em vida, pessoas que acreditaram que Corbélia poderia ser o que é hoje", destacou o vereador.

HISTÓRIA DE CORBÉLIA

A região onde se localiza o município de Corbélia era habitada por primitivos denominados índios caingangues (Kaigangs), da Família Jê, que foram os primeiros "donos" desta terra, vivendo em harmonia com o ecossistema local. Além dos povos indígenas, essa área foi ocupada por argentinos e paraguaios, que exploravam economicamente a região.

Corbélia passou por várias etapas até a sua emancipação: Em 09 de outubro de 1957, pela Lei nº. 3.356, criou-se o Distrito Administrativo de Corbélia, pertencente a Cascavel. No dia 10 de junho de 1961, pela Lei Estadual nº. 4.382, o município de Corbélia torna-se emancipado, desmembrando-se de Cascavel e tendo sua instalação oficial em 08 de dezembro de 1961.

A região Oeste, juntamente com o Sudoeste, foi a última etapa de colonização do Estado do Paraná. A Frente Sulista, composta por gaúchos e catarinenses, foi a responsável pela ocupação dessa área. Porém as cidades de Corbélia, Céu Azul e Palotina tiveram sua colonização composta por etnias bastante variadas.

A Frente Sulista trouxe com ela uma bagagem cultural, com traços e influências que persistiram naturalmente através dos anos e mantêm-se até os dias atuais, como o chimarrão, o churrasco, a música e a dança gauchesca.

No ano de 1948, Aldino Formighieri chega a Corbélia para comprar terras, sendo contratado pela Fundação Paranaense de Colonização e Imigração para prestar serviços como guarda da gleba. Ele conta que quando Moisés Lupion esteve em Corbélia pela primeira vez foi recebido por várias pessoas que reivindicavam um pedaço de terra. Os pioneiros cadastrados eram respeitados como proprietários. Ninguém comprava ou se apossava de um lote sem a autorização da Fundação Paranaense de Colonização e Imigração, que tinha os guardas da gleba percorrendo a área, impedindo a invasão de novos posseiros. Os que não podiam comprar os lotes eram expulsos da área e muitas vezes mediante violência física, caso resistissem. As seqüelas disso se prolongaram por muito tempo.

Grande parte dos migrantes vindos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina utilizaram a rota que passava pela cidade de Pato Branco. Nesta conjuntura, intensificou-se o fluxo migratório causando preocupação ao Governo do Estado, que acionou a F.P.C.I. Esta, por sua vez, realizou vistorias nas terras ocupadas a fim de legalizá-las. À frente desse trabalho esteve Joaquim do Amaral Filho. A intervenção do Estado, legalizando os títulos e amparando os colonos, possibilitou que estes, munidos dos documentos de posse, se efetivassem como proprietários legais das terras que ocuparam.

Em 1950, nas proximidades da atual sede de Corbélia, iniciou-se uma vila denominada "Rio dos Porcos". Por volta de 1951 chegou à região de Corbélia o colonizador de maior expressão do município, Armando Zanato. Inicialmente havia sido contratado pela Colonizadora para promover a venda de terras e realizar acertos com posseiros já instalados. Realizou várias viagens entre Corbélia e os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina com o intuito de trazer futuros compradores de terras a preços acessíveis e prestações, iniciando o processo de delimitação.

A área onde hoje se localiza a sede do município pertencia ao pioneiro Elvino Nascimento de Souza e foi comprada por Armando Zanato, conforme consta em documentos manuscritos datados de 29 de julho de 1953.

A planta inicial obedecia a um traçado concêntrico. O centro estava localizado na Praça Paraguai, juntamente com diversas funções concentradas nesta área como bancos, igrejas, posto de saúde, prefeitura, etc. Com o crescimento, o centro urbano foi tomando outro rumo, não obedecendo ao plano inicial de urbanização. Concentrou-se principalmente na Avenida Rio Grande do Sul e na Rua Hortência.

Para escolher o nome que o novo povoado deveria receber Armando Zanato, numa de suas viagens a Carazinho/RS, resolveu instituir um concurso por uma emissora de rádio daquela cidade. Sua esposa, dona Iracema, que era florista e estava confeccionando uma cesta de flores para homenagear um time de futebol que iria chegar àquela cidade, teve então a idéia de sugerir o nome, segundo depoimento de Élcio Zanato, filho do fundador  Armando Zanato. Corbélia vem do francês, da palavra "corbeille", tendo como significado "pequeno cesto de flores", que veio a combinar com a variedade de flores silvestres da região.

Formou-se então um povoado, às margens da estrada que liga a cidade de Cascavel ao Norte do Estado, conhecido como Colônia Corbélia. Outros pioneiros de grande importância à idealização e colonização desse município foram Homero Baú, João Fridolino Dillemburg e Francisco Manica.

Podemos lembrar ainda outros pioneiros que colonizaram o município de Corbélia, como: Fiorello Barela; Joaquim Furtado; Apélio Casagrande; Gustavo Scharlau; Egon Vogt; Clóvis Avelino Dillemburg; Lídia Santos; Artemio Denardin; Julio Tozzo; Inês Rossi; Wilson Dias Ribeiro; Nelson Angelin Lengler; Carino Lizitani; José Rubin; Nelso Ivo Koch; Fridolino Ari Aldebrant; Davi Carmo Lube; Silvério Muskopf; Ângelo Sé; Hugo Becker; Neivo Picolli; José Bernardi; Wilibaldo Bohen; Benno Geiss; Arlindo Adelino Almagro; Pedro Zilso Barella; Maria Nenevê Furtado; Edvino Sauter; Alfredo Saturno; Fridolino Schnneider; Vitório Forcolin; Isano Sousa Oliveira; Ervino Berté; Arlindo Augusto Pereira; Lorena Maria Sales Forte; Amélia de Jesus; Valdomiro Huff; Ronaldo Alves de Souza; Beno Sauter; Fiorindo Lodi; Berto Bauni; Argentino Domingos Soldatelli; Dionísio Borraczinski; Alfredo Sauter; Albino Prevello; Rodolfo Neuhaus; Garmo Adelmo Prediger; Victor Inácio Backes; Lurdes Giacomelli; Antonio Antonello; Darci Weber, Pedro Druczkoski e José Francisco de Souza.

Com a chegada das primeiras famílias, uma comunidade começava a ser formada por pessoas de fibra que vieram atrás do sonho de terras férteis e da construção de um futuro promissor.
Fonte: corbelia.pr.gov.br


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