A recuperação da Covid-19 é gradativa, exige vários cuidados, mas ao mesmo tempo é motivo de ânimo para pacientes e profissionais de saúde. Celso Ari Ewald é um dos pacientes recuperados da doença, que esbanja esperança em uma boa reabilitação. Ele ficou internado na unidade Covid-19 do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), por 44 dias, sendo destes, 22 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Já são mais de 40 dias que recebeu alta, e durante o retorno no ambulatório do hospital para os exames de rotina, surpreendeu as equipes com a recuperação. “A maioria dos pacientes na unidade estavam em estado grave, e vê-los andando no ambulatório é um combustível para seguirmos adiante”, diz o coordenador médico da Ala Covid-19, Gabriel Kreling.
Celso passou pelo ambulatório médico e também realizou o exame da espirometria, que avalia a capacidade pulmonar. Nesse momento, aproveitou a oportunidade para tirar foto com a equipe. “Eu tinha uma confiança muito grande nas pessoas que estavam cuidando dele no hospital. Só temos a agradecer por ele estar bem”, conta a esposa, Beloni Fernandes Ewald, que o acompanha nas consultas. Ela ainda diz que a melhora do Celso tem sido gradativa, mas a sensação é de tranquilidade. “Quando ele saiu da UTI, apresentava um pouco de cansaço e falta de ar. Isso foi melhorando, e hoje ele come bem, dorme bem, está recuperando muito bem. Estamos tranquilos”, ressalta.
O retorno no ambulatório representa uma conquista positiva para pacientes e equipes, mas além disso, é essencial para que a recuperação seja completa. “É uma doença nova, então precisamos conhecê-la e também as consequências após a internação. O acompanhamento multidisciplinar é essencial para um processo de reabilitação melhor, tendo em vista que são pacientes bastante complexos, e a consequência é o processo de recuperação demorado e trabalhoso”, explica Gabriel.
Uma das grandes preocupações, além dos exames físicos, também é a condição psicológica destes pacientes, que muitas vezes passam por períodos longos na UTI e sem contato com familiares. “Avaliamos as possíveis alterações, como ansiedade, estresse pós-traumático, as memórias. O estresse pós-traumático é um dos sintomas comuns em pacientes que retornam ao ambulatório, e por isso, é necessário avaliar esses sinais para que eles tenham uma boa qualidade de vida”, ressalta a psicóloga, Jaquilene Barreto.
Os pacientes recuperados da Covid-19 passam pelo exame da espirometria, realizado pela equipe da Fisioterapia, ambulatório médico, nutricional e psicológico. “Avaliamos globalmente a funcionalidade de todos os sistemas e verificamos a necessidade de acompanhamento médico a longo prazo ou tratamento específico”, comenta Gabriel. “E o retorno é sempre surpreendente. Já encontramos com pacientes, que na UTI estavam muito graves, nem mesmo acreditávamos em uma recuperação e hoje estão andando no ambulatório. Esperamos continuar salvando vidas como estas”, finaliza Gabriel.