Quanto menor o município, mais problemas. As pequenas cidades são as que mais estão sofrendo com a crise. Uma das principais preocupações é a diminuição do repasse do FPM, renda principal da maioria das cidades do interior do estado.

Em Corbélia, desde maio a arrecadação com o fundo caiu R$ 2,5 milhões. O orçamento da cidade é apertado: R$ 40 milhões por ano.

Uma das secretarias afetadas na cidade foi a de aviação e obras. A prefeitura está tentando uma parceria com os agricultores e o objetivo é deixar as máquinas paradas pelo maior tempo possível.

Graças aos cortes, pelo menos R$ 50 mil são economizados, somente em horas extras. No setor de educação, não houve reajuste. Mas na saúde foi preciso remanejamento. No município, são quatro postos, mas as consultas estão sendo realizadas apenas no posto central. 

Desde ontem, o cartaz avisa que, nesta unidade, apenas consultas odontológicas são realizadas e as cadeiras ficam a maior parte do tempo vazias. Nesta outra, somente vacinas. Mesmo com o serviço reduzido, as unidades ficam abertas o dia todo. E com a concentração do atendimento em um só lugar, não deu outra. Para pegar os medicamentos tinha fila. Muita gente esperando por atendimento e reclamando da demora.

A informação dos funcionários é de que o atendimento foi centralizado para economizar com o pagamento de plantões. Antes, o mesmo médico que ficava o dia todo cumpria expediente à noite. Agora, com os profissionais só no posto central, os turnos são revezados.

No município há 10 clínicos gerais. Contrato de outros cinco especialistas vence no fim do ano e aí sim pode haver cortes.