A Saúde pública de Cafelândia consumiu, em agosto, 33,58% do orçamento do Município. A constatação está no relatório apresentado em audiência pública na Câmara de Vereadores. Os números assustam os especialistas e deixam a administração em alerta. Com esses investimentos, em percentuais tão elevados, o Município perde fôlego em outras áreas. Um dos motivos para o crescimento percentual está na queda de arrecadação por causa da crise.

 

O prefeito, Valdir Andrade da Silva, o Bugrão, explicou que o volume arrecadado pelo Município ficou menor. Um dos exemplos é o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Esse recurso é repassado pelo governo federal, mas vem encolhendo a cada mês. Com isso, o índice proporcional de investimentos cresceu bastante sobre o bolo orçamentário da Prefeitura. Mas não é só. O número de consultas médicas, por exemplo, pulou de 3.718 em janeiro para 5.153 em agosto, um aumento superior a 38%.

 

As consultas com especialistas pularam de 329 em janeiro para 452 em agosto. Os exames laboratoriais também cresceram bastante. Foram 4.373 em janeiro e 5.085 em agosto. Outro número que chama atenção é o de visitas em residências. As equipes realizaram em agosto 5.523 abordagens enquanto que em janeiro foram apenas 1.355. “Cafelândia é referencia regional em saúde. Por isso muita gente deixa os pequenos municípios e procura atendimento aqui”, argumentou o prefeito.

 

Como o atendimento do SUS é universalizado não há como negar atendimento. O prefeito chegou a pedir que fosse realizado um cadastramento da população, mas o Município não possui estrutura e o trabalho deverá ser feito por uma empresa terceirizada, mas ainda não há uma data estabelecida para que o serviço comece. “O cadastramento é fundamental para que a gente tenha um controle mais rigoroso do atendimento, mas não há condições de ser feito pela equipe porque não temos pessoal para isso”, argumentou.