Depois que deixou de correr em 2005, Eduardo Saçaki ainda voltou para eventos promocionais, trabalhou como consultor e tentou montar a própria equipe. “Eu estava indo bem. Mas o meu piloto quebrou a perna. Esperei ele se recuperar, mas quando ele se recuperou, ele quebrou a perna de novo. O pai dele pediu para ele não competir mais e eu fiquei sem piloto. Sem piloto e sem equipe”, conta Saçaki.

 

Foi então que em 2010 ele decidiu investir em nova atividade: fez curso de padeiro e trabalhou quatro meses numa fábrica de pães da família em Campina Grande do Sul e mais três meses em outra em Curitiba. Mas não deu certo e ele voltou para o Oeste do Paraná, onde morou quando criança. “Eu morei em Cascavel onde comecei a correr. E depois de deixar a padaria eu fui para Corbélia”, conta ele. Um belo dia do ano passado Saçaki resolveu que ia morar em Petrolina, no interior de Pernambuco.

 

“Eu ia para Pernambuco, mas para fazer algum dinheiro eu passei em São Paulo para comprar peças de moto para motocross que ia revender no Nordeste. Foi quando eu recebi uma ligação de um amigo que disse que precisava de pilotos para helicóptero e perguntou se eu não topava ser”, conta Saçaki. O amigo insistiu. “Ele sempre foi muito bacana comigo”, diz ele. E foi assim que Saçaki deixou as peças de moto no balcão e em vez de ir para Pernambuco ele foi para Ipeuna, cidade entre Rio Claro e Piracicaba, no interior de São Paulo. Há oito meses Saçaki se prepara para voar mais alto.

 

Desta vez, nada de motocicletas e de acidentes. Agora vai de helicóptero. Pelos céus do Brasil. “Faltam seis meses para eu terminar o curso. E quando terminar, eu vou ingressar em uma nova atividade”, diz ele cheio de otimismo. Em uma coisa ele não mudou: continua disposto a enfrentar novos obstáculos e superar os desafios que a vida coloca à sua frente.

 

Superação

 

“Eu estava um dia correndo na pista de teste da Honda, perto de Tóquio. Ai o pessoal me disse que eu era veloz, mas que apareceu um campeão americano por lá que ele saltava muito mais e conseguia tocar o galho de uma árvore alta com a mão. Eu voltei para a pista e corri até tocar também a mão no galho da árvore. Foi uma das coisas interessantes de que me lembro. Isto foi em 1992”.

 

Títulos

 

Desde que venceu em 1984 o Paranaense de Motocross, Eduardo Saçaki conquistou o Tetra Brasileiro de Supercrosso, Pentacampeão de Supercross de Praia, Campeão Regional em todos os estados em que se filiou, Hexa Campeão de Arena Cross, além de Bicampeão Latino-Americano de Supercross de Praia em 1993 e 1994. E muito mais.

 

Álbum

 

Equipe brasileira que disputou o Mundial de Motocross na Argentina, no final dos anos 80. Na foto, Eduardo Saçaki (32) com

Nivanor Bernardes, Paraguaio, Marco Antônio Usso e Cássio Garcia.