Corbélia, 28/11/2024
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Clube Cruzeiro está abandonado

Salão abandonado oferece riscos à população que mora nas proximidades, Gilberto de Souza diz que vai se reunir com a diretoria nos próximos dias para buscar uma solução

Cotidiano | Publicado em 18/04/2015 18:00

O abandono definitivamente tomou conta do lendário Clube Cruzeiro, em Corbélia. A sede social, construída na Rua Tulipa, esquina coma Rua Cravo, desabou. No salão, que já foi palco para artistas famosos como Teixeirinha, Roberto Leal, Nelson Ned, Nalva Aguiar, Carmem Silva e tantos outros, agora o que se vê é um amontoado de bancos de automóveis, que ninguém sabe como chegaram ali. Mas o pior é ver o teto caído sobre o assoalho. Vizinhos que não querem ser identificados, dizem que o local é inseguro e afirmam que há risco da estrutura ser incendiada por vândalos.

A sede recreativa, que funcionava no centro da cidade, também tem a estrutura abandonada e as piscinas oferecem potencial de risco para a proliferação do mosquito da dengue. O risco é tanto que o Ministério Público já notificou a Prefeitura e exigiu providências. Até agora, entretanto, a direção do clube parece não ter sido notificada pelo Município já que a água, acumulada no fundo das piscinas, não foi retirada.

Ao longo da semana, a equipe de reportagem do Jornal ABC procurou a direção do clube, mas não teve êxito. Tudo o que conseguimos é a informação que o último presidente, Mauricio de Matos, teria abandonado o cargo, alegando falta de apoio do restante da diretoria. O ex-presidente, Gilberto de Souza, concordou em conversar. Ele disse que, há oito anos foi retirado, da administração. Parece guardar mágoas da diretoria atual, que teria abandonado o clube sem dar satisfação ao quadro de associados. Afirmou, por outro lado, que vai buscar explicações porque diz ter patrimônio pessoal dentro do clube.

Durante uma longa conversa, Gilberto de Souza, relembrou detalhes dos tempos áureos do inesquecível Cruzeiro. Contou que foi inaugurado no dia 25 de dezembro de 1967. Disse que foi com a venda de títulos que, aos poucos, foi sendo construído o salão social. O espaço só ficou pronto em abril de 1974. Por mais de três décadas Gilberto revezou funções entre a presidência e a vice-presidência da agremiação. Como tinha uma atuação intensa na vida do Cruzeiro, chegou a ser rotulado como dono do clube, por alguns sócios. Esse período de turbulência administrativa durou anos até que Gilberto decidiu se afastar. Entretanto, com o afastamento dele, as coisas teriam piorado.

Há cerca de um mês, Gilberto teria sido procurado pelo presidente, Mauricio de Matos, para retornar à diretoria e trabalhar para a reconstrução do Clube. Disse, entretanto, que não tem motivação, mas não descartou a possibilidade. “Não se pode deixar aquilo abandonado como está”,

justificou. “Eles pensavam que era fácil manter a estrutura porque quando frequentavam o clube estava tudo organizadinho. Mas quando assumiram, perceberam que o assunto era complexo”, desabafou.

Gilberto conta que, para manter as piscinas funcionando, ele fazia bailes e festas no salão social. “A renda das promoções alimentava as piscinas”, explica. Depois que saiu disse que as promoções não foram realizadas e o dinheiro do caixa foi terminando. Ele disse que vai se reunir com o prefeito, Ivanor Bernardi, para buscar uma alternativa. “A gente precisa unir forças porque é um clube que conta a história da cidade”, justifica. O prefeito é um dos sócios fundadores. Gilberto afirma que o patrimônio do clube passa de R$ 1 milhão e não pode continuar abandonado.


Fonte: ABC News


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