Vereadores divergem sobre construção da nova câmara em Cafelândia
Cotidiano | Publicado em 06/04/2015 11:04
Integrantes do mesmo grupo político, mas com posições bem divergentes. Assim tem sido o dia a dia da Câmara de Vereadores de Cafelândia. A mais recente polêmica está relacionada com a construção da sede própria do Legislativo. A presidente, Terezinha Hellmann (PMDB), tem pressa para que o projeto saia do papel. Já o ex-presidente, Ozeias Souza da Silva (PDT), diz que esse não é momento para investir em construção, e aconselha economia nas finanças.
Ozeias teme que a construção possa gerar revolta na comunidade. Chegou a se manifestar, publicamente, durante sessão ordinária. Recomendou cautela e alertou que o momento não está para festas. “É uma crise dura que o País atravessa. Acho que a construção pode ser feita em outro momento”, aconselhou. Dias mais tarde, ao conversar com a equipe de reportagem do Jornal AB, ele se mostrou mais cauteloso, mas reafirmou que a obra não é prioridade.
Terezinha Helmann reagiu às declarações dizendo que cada um é dono da posição que assume. Lembrou que há dois anos estão sendo guardados recursos financeiros para essa finalidade e reafirmou a determinação para que o projeto saia do papel. Amigos mais próximos da presidente dizem que antes de entregar o cargo, em dezembro do ano que vem, ela gostaria de puxar a fita inaugural da nova sede. “Vamos construir a Câmara porque temos condições financeiras e temos os recursos”, Justificou ao defender o empreendimento. “Respeito a posição dele, mas discordo. A Câmara vai ser construída sim”, fulminou.
Terezinha já licitou o projeto arquitetônico da obra. O assunto também gerou polêmica e, mais uma vez, os vereadores se dividiram. É que o local para a construção do prédio ainda não foi definido. O ex-presidente não entende como será feito o projeto arquitetônico sem que haja a definição do terreno. “Sempre há cortes de terra no terreno e posições de construção do prédio. Então como podem fazer um projeto sem que o terreno tenha sido definido” questionou, insinuando que o projeto possa perder validade.
Terezinha sabe que este é um problema complexo, mas não deixa transparecer. Ela corre contra o tempo e esperava ter definido o local, até o fim da semana passada. O terreno doado pelo Município para a construção do prédio fica ao lado da prefeitura, mas há manifestações populares contrárias, por causa de um grupo de árvores que está lá desde que
Cafelândia foi emancipada. Cortar as árvores, para algumas pessoas, seria como cortar parte da história do município.
O prefeito já colocou à disposição do Legislativo uma série de outros terrenos, mas há um grupo de vereadores, entre eles Torinho e Ivan Bortoluzzi que não aceitam muitas alternativas. Eles fazem questão que o prédio seja construído em um terreno ao lado do CRAS, no centro da cidade. Já Terezinha parece ser maleável. Reuniu-se com o prefeito, ouviu sugestões e chegou a convidar os vereadores para visitar outros imóveis. A visita, entretanto, fracassou porque não há consenso na proposta.
Fonte: ABC News