Solução do pedágio pode estar na construção de uma estrada
Rotas de fuga na praça de pedágio se transformou em motivo de guerra entre concessionária e população
Cotidiano | Publicado em 14/03/2015 23:43
O pagamento do pedágio pela população de Corbélia foi o motivo de uma viagem do prefeito, Ivanor Bernardi ao Norte do estado. Na terça-feira (10) ele se reuniu com o prefeito de Floresta, José Roberto Ruiz. Foi buscar detalhes do sistema que funciona naquele município. Lá a população se desloca de um ponto a outro sem o pagamento da tarifa. A rodovia é a BR-369, a mesma que passa em Corbélia, e o pedágio também é da Viapar, a concessionária que mantém praça de cobrança no distrito de Penha.
O exemplo, entretanto, não serve para Corbélia. Em Floresta há uma estrada municipal com mais de 30 anos, utilizada pela população local para desviar o pedágio. O tráfego é controlado por um sistema eletrônico, equipado com câmeras que identificam as placas dos veículos e liberam gratuitamente a cancela para aqueles que possuem placas do mesmo município. Em Corbélia, entretanto, os motoristas utilizam pequenos caminhos que são tratados como rotas de fuga e foram fechados, de forma implacável, pela Viapar.
Ivanor busca alternativas para minimizar o efeito econômico do pedágio cobrado na Praça da Penha. Nos próximos dias deve se reunir com representantes do DER, em Curitiba, e com representantes da própria Viapar. Vai sugerir a criação de uma estrada municipal que contorne a praça de pedágio e que possa ser monitorada pela concessionária como o sistema que existe em Floresta.
O principal argumento do prefeito é que os moradores dos distritos de Ouro Verde e Penha ficam restritos em seus deslocamentos diários por causa dos valores cobrados no pedágio. Muitas famílias têm parentes próximos que moram do outro lado do pedágio e, para uma simples visita, são obrigadas a pagar R$ 20,20.
A cobrança do pedágio e os valores praticados pela concessionária já foram motivo de calorosas discussões na Câmara de Vereadores. Recentemente chegou a ser feito um requerimento, aprovado por unanimidade, onde os vereadores pedem o valor dos repasses mensais, feitos pela Viapar à Prefeitura de Corbélia, correspondentes ao imposto devido pela concessionária.
Na comunidade também há uma revolta sobre os valores porque a população estaria sendo impedida de manter convívio com familiares ou de realizar atividades corriqueiras como ir ao supermercado, por exemplo. A equipe de reportagem do Jornal ABC apurou que a empresa concessionária tem um acordo com o Município. Pelo acordo é autorizada uma credencial
que reduzi o valor da passagem a 10% da tarifa vigente. Esse documento, entretanto, é autorizado apenas para os moradores dos distritos que comprovem residência e tenham carros em seu nome. Já os moradores da sede que possuem parentes nos distritos são submetidos a tarifa integral. Além disso, a direção da empresa estaria dificultando a expedição de documentos.
Fonte: ABC News