Exclusivo - Eliezer abre o jogo!
Eliezer diz estar passando por um verdadeiro tormento político
Cotidiano | Publicado em 20/12/2014 10:28
O ex-prefeito de Corbélia, Eliezer Fontana, conversou com a equipe de reportagem do Jornal ABC. Foi a primeira vez, desde a derrota para o prefeito, Ivanor Bernardi, em outubro de 2012, que ele contou tantos detalhes. Eliezer assistiu no auditório, a eleição da mesa diretiva da Câmara de Vereadores, na segunda-feira (15) e, ao final, aceitou responder perguntas que até então não tinham sido feitas. Ele vinha se mantendo distante do mundo político local e era pouco visto na cidade.
Eliezer ocupa cargo em comissão na Sanepar, viaja bastante e atende diversos municípios. Lizmari, a esposa dele, também ocupa cargo de confiança no governo do estado. Ela se afastou para a disputa das eleições, mas retornou logo em seguida.
Eliezer tem um filho que trabalha na Câmara de Vereadores de Corbélia e disse que apesar do trabalho a família Fontana continua morando na cidade.
Mais gordo, cabelos brancos e com expressão bastante cansada Eliezer não escondeu a insatisfação com a Câmara de Vereadores. Afinal, foi pelas mãos dos vereadores que se tornou inelegível. Há 15 dias, por exemplo, o Legislativo desaprovou as contas do exercício de 2010, quando ele era prefeito e cumpria o segundo mandato. Eram necessários 2/3 dos votos, ou seja, para que as contas fossem aprovadas ele precisaria oito votos favoráveis, mas tinha apenas seis o que não foi suficiente. “Algumas votações acontecerem contra a minha pessoa. É o jogo”, comentou.
Antes disso, no começo do ano, os vereadores também rejeitaram as contas de 2005. Desde então Eliezer tem sido visto, constantemente, em Curitiba onde tenta reverter a situação. Também foi condenado a devolver aos cofres públicos mais de R$ 2 milhões por causa de um convênio irregular nas áreas de saúde, Assistência e Educação.
“Este dinheiro foi usado exclusivamente para pagamento de profissionais que prestaram serviços ao longo de três anos. Não foi desviado um centavo sequer”, contou. Eliezer disse que já juntou os documentos necessários e vai provar inocência. Mostrou-se confiante na reversão do processo. Mas conta que caso a decisão seja mantida não tem como devolver o dinheiro. “Sou uma pessoa pobre, humilde” disse.
Eliezer Avisou que está se preparando para disputar a Prefeitura, mas caso não consiga reaver os direitos políticos vai apoiar um candidato do grupo. “O meu maior prazer é voltar a ser prefeito ou ver um companheiro meu sendo prefeito. O fato de tentar me denegrir me deixa assim. Alguns acham que me enxotaram da Prefeitura”, conta. O ex-prefeito disse que além dele o grupo tem outros nomes com capacidade para disputar a Prefeitura, mas não citou a esposa Lizmari. Deixou transparecer que Dangelles Decki é forte dentro do grupo.
Fez críticas à administração que, segundo ele, foi eleita com a proposta de uma renovação que nunca chegou. “As obras que eles entregaram fui em quem deixou”. “Ele prometeu hospital, na minha época tínhamos Pronto Socorro aberto 24 horas e hoje não há”, alfinetou. Eliezer foi áspero ao dizer que o Parque Industrial da cidade está abandonado. “Os empresários não ganham uma carga de cascalho sequer”, provocou.
Sobre dívidas que deixou quando entregou o governo, Eliezer, diz que não se trata de pirraça política. Afirma que houve queda na arrecadação e foi obrigado a fazer cortes nos últimos meses de sua administração. Admitiu tem gastado além do que podia. Ao assumir o cargo, Ivanor encontrou contas de água e luz que não tinham sido pagas. Também encontrou o parque de máquinas com sérios problemas e até salários atrasados. As dívidas somam mais de R$ 5 milhões e estão sendo pagas até hoje.
Eliezer diz que, caso Jair Fontana, candidato que ele apoiava na época, tivesse sido eleito, as coisas seriam diferentes. “Com o relacionamento político que eu sempre tive teria trazido muitos recursos para este município. Revitalizamos a cidade, mas hoje até o calçamento está abandonado”, disse em tom irônico. “Ele vai pegar uma Câmara que vai fiscalizar mais, e que vai aprovar os bons projetos para a população. Essa vitória é uma questão de honra. Me sinto de alma lavada”, disse ao citar a eleição da mesa diretiva da Câmara de Vereadores.