Casa Lar serve como um anjo da guarda de crianças abandonadas
Cotidiano | Publicado em 28/06/2014 12:12
Um abrigo, que na cidade é conhecido como Casa Lar, tem feito toda a diferença para a população de Corbélia. O motivo é que ali ficam abrigadas, temporariamente, as crianças que sofrem agressões dentro do seio familiar e aquelas recusadas por suas mães que aguardam adoção. Todas, entretanto, só chegam ali depois de serem enviadas pela juíza da Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Corbélia. Além da cidade sede, o espaço atende Anahy, Iguatu, Braganey e Cafelândia.
O endereço é mantido em segredo para que as crianças não sofram influência de familiares. É um local simples, com capacidade para atender até 12 crianças e adolescentes. O espaço não tem nenhum luxo, mas tem fartura e, principalmente muito amor e dedicação do grupo de servidoras que trabalha na Casa Lar. As crianças nem imaginam o que seria delas sem aquele espaço, cujo nome se chama justamente, Anjo da Guarda.
A equipe de reportagem do Jornal ABC fez uma visita e conversou com Celiane Zambiazi, a coordenadora da Casa Lar. Em pouco tempo fomos descobrindo a imensidão do amor que as crianças encontram naquele local. O grupo de profissionais é bastante qualificado e procura todas as formas para fazer com que as crianças encontrem a segurança e a tranquilidade que precisam para o desenvolvimento pessoal. “Tenho um grupo de trabalho fantástico que é bem decidido e sabe o que quer”, comenta satisfeita a coordenadora.
Celiane recorda que o espaço passou por momentos de muita dificuldade. Até pouco tempo atrás a Casa Lar era mantida por um consórcio dos municípios, mas nem todos repassavam os recursos necessários para o bom funcionamento do espaço. Com a intervenção da Justiça houve a destituição do consórcio e foi criada a Associação de Proteção a Maternidade e à Infância. Para que isso fosse possível antes foi necessário que cada município aprovasse leis especificas que permitem o repasse de recursos.
“Com a mudança a situação financeira ficou melhor porque as folhas de pagamentos das nossas servidoras estão sendo pagas em dia. Antes, era comum o atraso no pagamento”, descreve Celiane. Ela conta que a capacidade chegou ao limite em várias ocasiões. “Já recebemos crianças recém-nascidas, que aguardavam por adoção, assim como chegaram aqui crianças de 10 a 14 anos, que precisavam de proteção”, conta.
Celiane diz que presenciou várias famílias desestruturadas, que chegaram ao fundo do poço e depois que os filhos foram parar no abrigo, repensaram a forma de agir e se recompuseram. “Algumas vezes esse choque faz com que as pessoas parem e pensem sobre a vida”, explica. A coordenadora conta que as servidoras procuram fazer o possível para que as crianças se sintam bem. “Antes de tudo é preciso lembrar que elas vivem em uma casa e precisamos tirar aquela impressão de que isso aqui seja uma prisão. Por isso elas têm liberdade”. Conta.
Fonte: ABC News