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Tentáculos do PCC se espalham no PR

Cotidiano | Publicado em 07/04/2008 08:56

A facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) que age principalmente nos presídios de São Paulo está enraizada em vários estados brasileiros, inclusive no Paraná. Um dos líderes no Estado foi preso há duas semanas no Paraguai. Walter Tomas Ignácio, 26, conhecido como “Pagodeiro”, era responsável por enviar ao Brasil cocaína, maconha e armas. Ele seria também o administrador financeiro do PCC.
Em 2006, outro líder da facção foi preso no Paraná. José Reinaldo Giroti, o Alemão, considerado um dos financiadores do PCC, foi preso em um shopping de Londrina. Em novembro do ano passado, outro envolvido com a facção foi preso em Foz do Iguaçu. Felício Mariano Cruz Júnior, 42, conhecido como Felicinho teria atuação na rota entre São Paulo, Minas Gerais e Bahia, e tinha três mandados de prisão expedidos pela Justiça mineira.
Apesar de as autoridades procurarem minimizar a atuação do PCC no Paraná, tentáculos da organização criminosa estão presentes em todo o Estado. Estima-se que dos 800 presos que atualmente estão recolhidos no Centro de Detenção e Ressocialização (CDR) de Cascavel, 120 sejam ligados a facção criminosa. O coronel Amauri Ferreira de Lima, diretor do presídio, diz que muitos dos detentos se declaram membros da facção. Alguns fazem isso apenas para amedrontar, mas parte deles tem, de fato, vínculo com o bando que age nos presídios.
No dia 19 de março, parentes de presos fizeram manifestações em Cascavel, Londrina, Foz do Iguaçu e Curitiba. O protesto denunciou e cobrou providências para supostas violências sofridas por presos nas unidades prisionais de Cascavel. Presos do CDR de Cascavel, teriam dito dentro da unidade que a ordem para a manifestação teria vindo de São Paulo e seria uma espécie de termômetro para medir a capacidade de mobilização da facção criminosa.
A Promotoria de Investigações Criminais de Cascavel tem em andamento uma ação penal no qual aponta várias pessoas de Cascavel e região como integrarem o PCC. A promotora Fernanda Garcez, no entanto, não confirma que a passeata foi organizada a pedido da facção criminosa. “O Ministério Público vem fazendo um trabalho desde 2005 em parceria com os órgãos de inteligência da Secretaria de Segurança Pública”, relata a promotora. Esse trabalho é para investigar a presença de integrantes da quadrilha que age dentro e fora dos presídios.
O delegado José Alberto Iegas, da Polícia Federal (PF), diz que foi informado sobre a passeata supostamente comandada pelo PCC. “Recebemos a informação, mas nada que pudesse indicar um perigo iminente. Nós, assim como as outras polícias, estamos atentos”, diz.
Segundo o delegado, não existe nada de específico nas investigações da PF em Cascavel que sejam relacionadas a facção criminosa. No mês passado, a PF apreendeu 425 quilos de maconha dentro de sofás. A denúncia que levou a polícia a apreensão dava conta de que a droga seria do PCC.


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