Cascavel – A geada que atingiu praticamente todo o Paraná deverá comprometer a produção do milho safrinha. A expectativa do Deral (Departamento de Economia Rural), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), é de uma safra recorde este ano, mas isso não deve se confirmar. Em Cascavel, o Núcleo Regional da Seab, que abrange, 28 municípios, semeou 215 mil hectares do produto com produção estimada em 1 milhão de toneladas. A formação de geada mais significativa aconteceu anteontem, quando os termômetros marcaram 1º grau negativo no interior do município. Foi a menor temperatura este ano em Cascavel. Se por um lado a onda de frio está ajudando o comércio a vender os estoques de roupas, os agricultores estão preocupados com as lavouras de inverno. De acordo com o Deral, 80% das lavouras de milho safrinha estão suscetíveis às geadas por conta de estarem nas fases de formação de grãos e maturação. Para José Pertile, do Deral de Cascavel, as primeiras análises feitas entre quarta-feira e ontem em campo indicam severos prejuízos em Cascavel e região. “Um levantamento sobre os efetivos danos sofridos pela agricultura ainda estão sendo feitos e a real dimensão poderá ser vista após alguns dias”, explico Pertile. Para os técnicos, as geadas devem comprometer a produtividade e impedir a safra recorde prevista este ano. Uma das áreas atingidas pela geada é do agricultor Mário Campos, 58 anos, no Rio da Paz, interior de Cascavel. Ele perdeu 5,65 alqueires que plantou. “Toda a lavoura virou silagem para os animais”, disse. Cerca de 8% das lavouras de milho já foram colhidas na região, a segundo do estado a iniciar os trabalhos de campo. A primeira foi o Sudoeste do Estado, onde mais de 40% das lavouras foram colhidas. Em relação ao trigo, o Deral informou que a cultura não foi afetada porque se encontra na fase de desenvolvimento vegetativo. No Núcleo da Seab de Cascavel, foram semeados 79 mil hectares da cultura, uma das mais resistente às baixas temperaturas. Fonte: OParaná